Depois de dias de muita insatisfação e reclamação, a equipe gerencial de Erick entrou com um pedido de revisão de resultado. Como o Brasil não possui uma comissão atlética ou outro órgão que controle o MMA, o próprio UFC auto-regulamentou o UFC Rio 2. Marc Ratner, vice-presidente de assuntos regulatórios da organização, foi o encarregado de avaliar a apelação e dar o veredito. A resposta saiu na noite desta quinta-feira:
“Com base nas advertências verbais do árbitro, sua determinação de que os golpes foram intencionais e uma falta desqualificante, este não é o tipo de decisão que pode ser revista. Portanto, a decisão será mantida. Recentemente, a Zuffa decidiu implementar o uso de replay instantâneo em todos os eventos internacionais que são auto-regulados, e incentiva todos os reguladores a considerar a viabilidade e a eficácia do replay instantâneo no esporte MMA. Mesmo o replay instantâneo não revertendo a decisão na luta Erick-Prater, acreditamos que poderá ser valioso para árbitros e para o esporte no futuro.”O que isto significa?
Segundo Ratner, Yamasaki alertou para Erick não bater na nuca de Prater. Naquele momento, o atleta da X-Gym não estava batendo na nuca. Lá pelo décimo golpe, um deles pegou na parte de trás da cabeça de Carlo. Yamasaki considerou o golpe intencional pelo fato de Erick ter sido alertado antes. Repare a sequência na animação abaixo:
A manutenção do resultado é correta?
Infelizmente para Erick Silva, sim. Pelas Regras Unificadas de Conduta do MMA, basta um golpe ilegal aplicado de modo flagrante e proposital – na opinião do árbitro central – para a desclassificação poder ser aplicada. Golpear a parte de trás da cabeça de um oponente é considerado falta pelas Regras Unificadas. Logo, o resultado da luta não pode ser alterado.
A impressão que ficou é que Yamasaki atirou no que viu e acertou o que não viu. O árbitro disse que percebeu mais de um golpe ilegal (ele usou o plural ao se justificar com o comentarista e repórter Joe Rogan ao final da luta). Para sorte de Mario, um dos mais de dez golpes atirados por Erick realmente foi ilegal. Se este único soco tivesse passado no vazio ou acertado outro ponto da anatomia de Prater, Yamasaki teria cometido uma das maiores injustiças dos últimos tempos. Mas não foi o caso.
O que fica de lição?
Erick Silva poderia reclamar que o golpe ilegal não deveria ter sido contabilizado, pois Carlo Prater estava fora de combate e Mario Yamasaki já poderia ter interrompido o combate antes. O problema é que esta é uma falha recorrente no árbitro brasileiro, que por diversas vezes deixa um atleta sofrer golpes em demasia por interromper combates tardiamente. Ou seja, o que já foi dito exaustivamente: Yamasaki poderia ser um pouco mais ágil na interrupção de algumas lutas.
A outra lição é a mais óbvia de todas: O BRASIL PRECISA DE UM ÓRGÃO REGULADOR PARA O MMA ligado diretamente ao governo federal (provavelmente via Ministério dos Esportes). E, preferencialmente, que o controle fique nas mãos de pessoas isentas, sem nenhum tipo de relação com evento algum.
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