Nesta entrevista ao Portal D24AM, o lutador, torcedor fervoroso do Flamengo, revela a trajetória no Mixed Martial Arts (MMA) e fala da carreira e dos novos desafios no esporte.
Aos 26 anos, o manauara José Aldo atingiu a fama no Ultimate Fighting Championship (UFC). Campeão dos pesos-penas, Aldo defende o título pela quarta vez no próximo sábado (dia 14), no UFC 142, no Rio de Janeiro, contra o norte-americano Chad Mendes. De origem humilde em Manaus, Aldo revela que seu maior vício é o videogame. Nesta entrevista ao Portal D24AM, o lutador, torcedor fervoroso do Flamengo, revela a trajetória no Mixed Martial Arts (MMA) e fala da carreira e dos novos desafios no esporte.
Qual foi o maior desafio: vencer a infância pobre no Alvorada, em Manaus, ou conquistar o título de melhor do mundo no MMA?
José Aldo - São desafios diferentes. Se eu não tivesse vindo para o Rio, não estaria onde estou. Acho que uma coisa levou a outra, mas o importante é você não desistir nunca de seus objetivos.
Como você vê tantos nomes de Manaus (Jacaré, Diego 'Ceará' Brandão, Dileno Lopes) se destacando nos esportes de lutas como você? Qual o diferencial destes lutadores?
Aldo - Fico feliz por eles estarem se dando bem e muitos são de origem humilde como eu. Isso é a recompensa de muito trabalho e eles merecem estar onde estão.
Dois pesos-penas vêm se mostrando muito promissores no UFC: Diego Nunes, que treina com você, e Diego Brandão, que treinava em Manaus. Os dois dizem que o admiram e se espelham em você, mas ambos têm sede de se tornar campeões. Como seria para você enfrentar um deles?
Aldo - Não vejo nenhum problema com isso. Cada um faz o seu trabalho e se isso acontecer, vamos ver na hora. Torço por eles e se todos estivermos empregados e ganhando nosso pão de cada dia, está ótimo.
Você conquistou o título do WEC e de melhor lutador do mundo com muita agressividade. No UFC se mostrou mais estrategista. Qual vai ser o Zé Aldo que vai entrar no octógono do Rio de Janeiro no dia 14?
Aldo - O mesmo de sempre, com sangue nos olhos. Nem sempre dá para nocautear, mas vamos com tudo.
O Chad Mendes está tentando usar o fato de você ser flamenguista para tentar colocar parte da torcida contra você. O próprio Anderson Silva foi vaiado quando elogiou o Corinthians depois de vencer o primeiro UFC Rio. Você já pensou na hipótese de Chad Mendes conseguir apoio e você não ter toda a torcida a seu favor, até pelo fato de não ser do Rio de Janeiro (onde o evento vai acontecer)?
Aldo - Eu não penso nisso. Naquele momento estou representando o Brasil. Vou ter o patrocínio do Flamengo, o que é uma coisa boa para mim e para muitos atletas que não têm muita abertura para patrocínios. É difícil no Brasil você viver do esporte e muitos não entendem isso. Mas não ligo para isso, estou muito focado, já lutei fora do Brasil com milhares de pessoas vaiando. Então, não vejo problema nisso. É claro que você quer a torcida toda com você, mas se isso não acontecer, paciência, vou lá fazer o meu trabalho e dar o meu melhor.
Todo mundo vê o Anderson Silva como o melhor de todos os tempos e o Jon Jones como fenômeno do esporte. Mas o Zé Aldo tem um cartel de 20-1 e está invicto nas últimas 13 lutas. O que você tem a falar destes lutadores e em relação a esta comparação?
Aldo - O Anderson é o melhor do mundo mesmo. Ele já defendeu seu título muitas vezes e o Jon Jones está vindo aí com muita vontade. Eu tenho muito que fazer ainda pelo esporte.
Por falar no seu cartel, a única derrota foi em Manaus, na única vez que você lutou na sua cidade natal. Como você encara isso e se o UFC confirmar uma edição em Manaus, você vai querer lutar?
Aldo - Pois é. Ninguém é invencível. Aprendi muito com essa derrota e se tiver uma oportunidade de lutar em Manaus, no UFC, vai ser ótimo. Mas, primeiro, só penso na minha luta de agora. Depois a gente vê o que tem por vir.
Apesar de jovem, você está no topo da sua carreira. Qual desafio move você? Tem alguém que você gostaria de enfrentar ou outro título que você almeja?
Aldo - Gosto de desafios, mas não tenho ninguém que gostaria de enfrentar. Quem colocarem, vou lutar.
Você treina com um dos grandes treinadores do mundo, que é Dedé Pederneiras. Você se espelha nele para o seu futuro? Planeja se tornar treinador e formar novos lutadores? Caso isso ocorra, você pensa em voltar para Manaus?
Aldo - Ainda é muito cedo para pensar no que quero ser depois de parar de lutar, mas me espelho sim no Dedé. Ele é um grande treinador é um segundo pai para mim, sempre me ajuda em tudo e só tenho a agradecer a ele pelas oportunidades que ele me deu.
Um vídeo polêmico postado pelo UFC (e retirado no mesmo dia) mostrou o seu esforço para perder peso. A relação com os preparadores pareceu tensa nas imagens. Em longo prazo, isso não pode prejudicar sua saúde? Você já cogita a troca de categoria?
Aldo - Eu já faço isso há anos, não tenho muitos problemas em perder peso. A gente passa um pouco de perrengue, mas é tudo muito profissional e o Dedé sabe como fazer o certo. Tenho uma equipe preparada para isso.
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